Metáforas, recursos para educação de qualidade. Uma lição de
Richard Feynman
A palavra metáfora vem do latim "metáfora" e esta,
por sua vez, de uma palavra grega traduzida em espanhol como
"tradução". É a aplicação de um conceito ou expressão sobre uma ideia
ou um objeto para o qual ela não descreve diretamente, para sugerir uma
comparação com outro elemento e facilitar sua compreensão. A metáfora é um
elemento alegórico, manifesta algo que não está sendo dito, mas que pode ser
intuído e entendido através da razão e da associação de conceitos. Aristóteles
definiu metáforas como uma comparação entre duas ou várias entidades que, à
primeira vista, são diferentes; e afirmou que a capacidade humana de gerar
metáforas deixou em evidência o poder da mente.
Exemplos Para louvar a beleza de uma dama, "Aquelas duas
esmeraldas que seus olhos brilharam em seu rosto". Ou quando, o equilíbrio
nos faz pensar em justiça, associando ambos os elementos, que equilibram e
permitem a harmonia. Ou, "Quando em uma tempestade, um bambu é capaz de
dobrar sem quebrar, e retornar à sua posição vertical, uma vez que a tempestade
passou, mas fortalecida a partir dele, isso é resiliência".
Na poética, ocupa um lugar semelhante ao das comparações, mas
é incompleto, pois não menciona diretamente o objeto ou elemento a que deseja
se referir. Existem dois tipos de metáfora, o puro e o impuro. Na metáfora
impura, ambos os termos aparecem, o real e o evocado; também é chamado de
"in praesentia" ou imagem. Na metáfora pura, o termo real não
aparece, mas apenas o metafórico, e é usado para direcionar a atenção para o
significante ou para dar um aspecto desconhecido ao cotidiano.
No campo da educação, o uso de metáforas é justificado quando
se afirma que "as metáforas e conceitos próximos, como símiles e
analogias, têm sido usados como mecanismos de ensino desde
os primórdios da civilização". A metáfora da caverna de Platão é um exemplo claro.
Além disso, "o uso generalizado de metáforas em textos dos primeiros dias
de ensino sugere que a metáfora é mais do que apenas uma ferramenta estilística
uso literário (..) a metáfora é um ingrediente essencial de comunicação e, portanto,
um valor educativo notável "(Rodríguez, s / f, p 225)
A metáfora definida como uma figura de expressão, com o
significado de um termo ou frase é transferida a partir do objecto geralmente
designado outro objecto que fornece uma nova visão ou perspectiva, adquire um
sentido mais amplo, uma vez que também pode também " designar um processo
por meio do qual o significado e as relações de uma teoria ou modelo podem ser
usados para
sugerir significados ou relacionamentos em outro domínio ". Alargar o âmbito de teorias ou modelos envolve mais do
que a substituição de uma
série de outros conceitos equivalentes, onde a equivalência situação semântica
(Rodriguez, s / f, p. 226) ocorre
No início dos anos 1960, um professor de física do Instituto
de Tecnologia da Califórnia (Caltech) ministrou um curso completo para uma
audiência crescente. Ele não era apenas um professor, ele era um ótimo
professor e ele explicava as coisas mais difíceis, "O Grande
Explicador". Mente privilegiada do século XX e chave na história da física
teórica. Richard Phillips Feynman era neoyorkino físico teórico, matemático,
Prémio Nobel, educador, comunicador, escritor, showman, comediante, cartunista,
sinestésica, um especialista em intérprete forte e excelente de caixas de
percussão brasileira. Em cada sessão, Feynman demonstrou sua enorme capacidade
pedagógica e comunicativa de expor, da maneira mais simples, conceitos físicos
muito complexos.
Em seu livro "O caráter da lei física", o grande
Feynman oferece uma bela metáfora: a natureza é comparável a um jogo colossal
de xadrez. Quando você olha para o jogo (= a realidade é observada) você pode
descobrir as regras do jogo (= as leis fundamentais da natureza). O cientista é
o observador ou espectador.
A analogia com o desenvolvimento de eventos naturais e o jogo
de xadrez é uma metáfora dinâmica. Incrível, não só mostra a semelhança em um
momento, mas a qualquer momento essa semelhança é revelada. Durante um processo
real, a natureza salta de um estado para outro. O novo estado é um dos muitos
compatíveis com as leis da natureza. A seleção, fundamental ou natural, é a que
decide e o critério é a estabilidade (continuar em cena, ser) ou a
sobrevivência (continuar viva). Não é xadrez o mesmo? Em geral, as leis da
natureza (ou as regras do xadrez) não obrigam, elas apenas proíbem. A natureza
tem direito intrínseco a uma dose de contingência; como margem de seleção, e
nela reside a criatividade da evolução biológica, a do enxadrista.
O jogador acredita que ele inventa um jogo vencedor ou uma
jogada de xadrez quando, na verdade, ele apenas escolheu um dos 10 arrecadados
para os 100.000 jogos possíveis. A eficiência também não faz mal. Processos
naturais tendem a minimizar a energia, o jogador de xadrez que consegue vencer
em dois movimentos não o faz em três.
Duas outras situações em que Feynman revela seu talento para
metáforas são:
1) O uso dos famosos diagramas de Feynman para mostrar
visualmente o mecanismo matemático da interação das partículas no espaço e no
tempo. A técnica dos diagramas de Feynman influenciou o modo como os físicos
trabalham.
2) A sugestão para que todos os cientistas do projeto de
Manhattan que desenvolveram a bomba atômica, façam cálculos em paralelo. Um
grão de areia não faz nada, milhões de grãos arrastados pelas ondas rasgam as
rochas mais fortes. Feynman disse que, em vez de gastar nove meses para
resolver 3 grandes problemas, eles poderiam resolver nove problemas principais
em três meses. Gênio absoluto ao criar computação paralela.
Referências
DEFINICIÓN
DE METÁFORA
LAS
METÁFORAS EN LA ENSEÑANZA JOSÉ LUIS RODRÍGUEZ DIÉGUEZ
La Metáfora
como Medio de Enseñanza, lunes, octubre 15, 2012
Variaciones sobre una metáfora de Feynman, JORGE WAGENSBERG, 10 MAR
2004
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